quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Luthiers Alternativos - Construindo instrumentos e destruindo paradigmas

Falar de instrumentos musicais alternativos, é obrigatoriamente lembrar alguns pioneiros na área. Eles se lançaram na busca de novas sonoridades, experimentando amiúde nos materiais, nos conceitos, na produção musical, e na educação musical.
-Anton Walter Smetak: Compositor e violoncelista suíço que se radicou no Brasil em 1937. Em 1953, mudou-se para Salvador-BA, convidado por Hans J. Koelreutter para integrar a fundação e corpo docente da Escola de Música da Bahia. Smetak criou uma série de "plásticas sonoras", com a combinação de tubos de pvc, panelas, cabaças, madeiras, cordas e outros objetos cotidianos. Esse gênio de caráter irrascível e arredio, direcionou-se para o microtonalismo, e criou instrumentos como "A Árvore" e "M2005". Formulador de teorias e conceitos poético-místicos, ele exerceu fortes influências sobre compositores como Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Phillip Glass, Grupo Uakti e outras vertentes que surgiram a partir de 1960. Faleceu em 1984 em Salvador.

-Les Luthiers: Grupo fundado a partir do côro da Faculdade de Engenharia da Universidade de Buenos Aires. Com vários Cds gravados e centenas de shows em diversos países, este grupo tem no humor, irreverência e uso de instrumentos musicais nada convencionais sua principal marca. Pelos títulos de suas composições se pode imaginar o conteúdo satírico: "Cantata Laxatón" (bula de medicamento), "La Redencion Del Vampiro" (Hematopeia) e "Les Luthiers Cuentam La Opera". Alguns instrumentos criados e construídos por eles: Desafinaducha (com uma ducha de banho), Latin (violino de lata) e Mandocleta (com estrutura de bicicleta). É um grupo bem estruturado, que se encontra ativo desde os anos 1960.
-Uakti: Grupo mineiro iniciado por Marco Antônio Guimarães (UFMG, aluno de Smetak), Artur Andrés Ribeiro (UFMG), Paulo Sérgio dos Santos e Décio de Souza Ramos. Com materiais como vidro, borracha, pvc, cerâmica, pedras, água e metais, desenvolveram seus instrumentos, com os quais gravaram vários discos, e acompanharam artistas como Milton Nascimento, Phillip Glass, Manhattan Transfer, Paul Simon e Grupo Corpo. Atuaram também em trilhas sonoras para balé, teatro e cinema. O grupo se encontra em plena atividade, conseguindo transpor também as barreiras da indústria cultural, e atuar com relevância.

domingo, 27 de setembro de 2009

A Construção de Instrumentos na Educação Musical


Algumas experiências e pesquisas tem demonstrado que a construção de instrumentos musicais na Educação Musical, exerce funções que vão bem além de prover instrumentos para o estudo musical. Quando o aluno de música, cria e constrói seu instrumento, ele experimenta com diferentes materiais sonoros, e exercita várias funções projetivas e lógicas. Cria-se um estreito vínculo aluno-instrumento, o que motiva bastante a prática musical. Essas atividades quando devidamente direcionadas, abordam diversos elementos musicais, proporcionando acesso direto a esse conhecimento. Entre os principais pesquisadores brasileiros da área cita-se os Professores Doutores Guilherme G. B. Romanelli (UFPR), Brasilena Trindade (UFBA), Júlio Feliz (UFMS) e Artur Andrés Ribeiro (UFMG).

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Instrumentos Alternativos Ecológicamente Corretos




Tambor de papelão, Pífano de pvc, 
Violão de cabaça e Conga de pvc.
São construídos a partir de projetos não convencionais,  com materiais cotidianos recicláveis e renováveis. Construídos com técnicas apropriadas, tem boa sonoridade, timbres originais e grande aplicação na produção e educação musical. Promovem um contato direto do aluno com o instrumento, e são um boa alternativa para a falta de instrumentos musicais nas escolas públicas e privadas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Família Cabaça Musical




                     Cabolim, Cabolão, Cabaquinho, Cabola
Essa família de instrumentos musicais, apresenta características sonoras muito próprias. Baseando-se em instrumentos convencionais, além dos cordófonos das fotos, pode-se também criar idiófonos (chocalhos, afoxés, kalimbas etc), aerófonos (ocarinas, sopros diversos) e membranófonos (tambores etc), utilizando a cabaça como caixa de ressonância. Além de ser matéria prima renovável e ter ótima sonoridade, a cabaça tem múltiplas aplicações em etnias diversas, simbolizando para algumas o útero, a mãe da criação.